10 furos imperdoáveis de LA CASA DE PAPEL
- Renato Bianchi
- 30 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
Sim, a série tem seus méritos: a premissa instigante, o ritmo implacável e o estado de tensão permanente são os mais evidentes. Mas, graças à pretensão de enfileirar cenas eletrizantes e extremas, a trama se rende a uma profusão de conveniências convenientes demais. Parece haver um descompromisso total com a coerência e a verossimilhança. Embora seja criativa, "La Casa de Papel" é simplista e esquemática, defeitos agravados pelas atuações excessivas (salvo exceções).
Vamos aos principais furos do roteiro:
1. Como a polícia decide invadir um local com mais de 60 reféns, incluindo um grupo de estudantes adolescentes, sem um plano para salvaguardar a vida dos sequestrados? 2. Como o mentor do assalto, o Professor, sabe que a inspetora responsável pelo assalto, Raquel Murillo, vai abandonar o caso no meio da madrugada, se dirigir para uma cafeteria e que seu celular vai descarregar exatamente no momento em que ele está ao lado dela no balcão? 3. No dia seguinte, o Professor está convenientemente ao lado da policial na cafeteria justamente na hora em que ela recebe uma informação importante sobre o caso pelo WhatsApp, de modo que ele consegue ver a mensagem... 4. A cena no terraço da Casa da Moeda em que atiradores da polícia disparam contra os reféns é absolutamente inverossímil. Não faz qualquer sentido que um refém com uma arma sabidamente falsa desencadeie, sem querer, uma situação em que ele parece ameaçar as demais vítimas. Aliás, por que levar ao terraço um refém sabidamente problemático se há dezenas deles mais dóceis? 5. Apenas após mais de 30 horas de sequestro, a inspetora toma a decisão de infiltrar dois agentes por uma entrada recém-construída no subsolo da Casa da Moeda, que os assaltantes provavelmente desconhecem. O plano de fazer com que os agentes usem macacões e máscaras iguais aos dos bandidos e dos reféns é risível, uma vez que os sequestrados não usam máscara na maior parte do tempo e os infiltrados logo seriam identificados. 6. Para ouvir os planos dos policiais, os assaltantes instalam um microfone no óculos de Angel, o parceiro de Raquel. Porém, quando é conveniente para a trama, o Professor simplesmente não ouve as conversas. 7. Ao entrar na Casa da Moeda, como a inspetora poderia saber que o microfone escondido em seu corpo com uma mensagem secreta para Rio seria convenientemente entregue a ele? 8. Novidades sobre o assalto podem ocorrer a qualquer momento do dia ou da noite. Mesmo assim, Raquel permanece horas sem verificar seu celular enquanto se envolve romanticamente com o inimigo (!), deixando de receber uma informação decisiva para o caso. 9. Apenas uma porta separa a Casa da Moeda da área externa?? Pois é assim que os primeiros reféns fogem: derrubando uma mísera porta de um dos locais mais seguros da Espanha... 10. Os peritos forenses que identificaram o DNA no carro e na colher usada pelo Professor não deveriam avisar Raquel sobre a descoberta, uma vez que Ángel estava em coma?

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